segunda-feira, 4 de abril de 2011

A PEDAGOGIA DO EXEMPLO....


Ensinar através do exemplo
não é a melhor maneira de influenciar
as pessoas e inculcar fortemente
os princípios ensinados.
É a única.


Jesus utilizou diversas formas de ensino para treinar seus discípulos: pregação, parábolas, atos. João 13: 1-17 mostra um método pedagógico baseado no exemplo: primeiro Ele “fez” e só depois mandou que todos “fizessem”. Sem dúvida, esta é uma das formas mais contundentes de ensino.

De imediato os apóstolos não entenderam, mas, depois, não só compreenderam como perceberam a necessidade de vivenciar o que foi ensinado. Analisemos e aprendamos as ricas instruções que existem neste texto de João.

O ensinamento do ato de Jesus

Os costumes locais podem ser usados para ensinar princípios bíblicos. Na última Ceia, Jesus levantou, tirou seu manto, cingiu-se de uma toalha, pegou uma bacia com água e lavou os pés dos apóstolos, Jo 13: 4. O costume de lavar os pés existia desde os tempos remotos e era um sinal de hospitalidade. Teve origem no Oriente, dadas as estradas poeirentas, o tipo de calçados usados (geralmente sandálias) e o clima quente.

Servir aos outros cria oportunidades para o ensino das verdades bíblicas. O hóspede chegava e, na entrada da residência, seus pés eram lavados por um escravo. Na ausência deste, um membro da família de menor influência poderia fazer isto, porém, nunca era realizado pelo de maior honra.

Os discípulos presenciaram essa atitude e, na seqüência, Jesus reclinou-se à mesa e explicou princípios básicos e fundamentais do reino dos Céus, Jo 13: 12-17. Ele era Mestre e Senhor, mas despiu-se da Sua posição de honra para servir à humanidade. Também honrou àqueles que andavam com Ele. Portanto, os apóstolos precisavam fazer o mesmo com as outras pessoas.

A aplicação na vida espiritual

Unidade na adversidade. O método de Jesus visava ensinar princípios espirituais que serviriam de base para o ministério apostólico que estava prestes a ter seu início. O Mestre sabia que os discípulos deveriam estar coesos para prevalecerem contra o mal que lhes sobreviria. Eles já haviam manifestado o sentimento de divisão por questões de orgulho e vaidade: discutiram entre si qual deles seria o maior, Lc 9: 46; buscaram posições de destaque até mesmo na glória, Mc 10: 37-38. Se este mal não fosse cortado, certamente isso afetaria drasticamente seus ministérios.

Humildade a ser seguida. Quem deveria lavar os pés era o membro menor do grupo. Há uma possibilidade de não terem sido lavados os pés de ninguém até então por não haver ninguém a se dispor para tal serviço. Mas, durante a Ceia, Jesus “tira seu manto” (despojou-se de honra), cinge-se com a toalha (tomou forma de Servo) e lava os pés dos discípulos (honra-os).

Ao tomar essa atitude, Jesus dá uma lição de humildade e impacta drasticamente seus discípulos com esse método pedagógico e com o teor do ensino. Pedro ficou tão constrangido que não queria permitir que Jesus lavasse seus pés. Mas, o exemplo ficou através do Mestre e Senhor lavando os pés dos discípulos, um a um.

Serviço para o bem do reino. Lavar os pés do hóspede implicava em servi-lo, dar-lhe maior conforto, tratá-lo bem. Aqui Jesus enfoca o que já havia ensinado: “e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos”, Mc 10: 44. Este princípio contraria totalmente o padrão humano sobre hierarquia, porém esse é o padrão divino.

Procurar contribuir para o bem de nossos irmãos, ajudá-los a vencer suas dificuldades, evitar colocar tropeço na caminhada daqueles que estão à nossa volta, servi-los nos momentos de tribulação, sim, este é o princípio cristão.

Jesus sabia que os apóstolos deveriam ajudar um ao outro, precisavam defender um ao outro. Não poderiam estar lutando por interesses pessoais, mas sim, pelo reino de Deus. Ainda que houvesse divergências de gênio, personalidade, caráter ou atitudes, eles deveriam servir uns aos outros.

Aplicação para nossos dias

Com esse ato, Jesus não quis perpetuar uma cerimônia. Sua intenção foi deixar um exemplo a ser seguido pelos seus discípulos e por todos os cristãos de todos os tempos. Da mesma forma que os discípulos, todos têm a tendência do orgulho, da vaidade e sempre são propícios a valorizar mais a si mesmos em detrimento dos outros. Todos são tentados a perguntar: “qual é o maior entre nós?”.

Quantas divisões têm surgido na Igreja por questões pessoais, por interesses meramente humanos! Quantos escândalos no meio dos cristãos, frutos do orgulho, da vaidade! A luta por cargos, posições e lugares de destaque tem trazido prejuízos para muitas igrejas. Mais do que nunca, é necessário colocar em prática o que Jesus ensinou: a humildade e o serviço cristão.

A busca pelo progresso do reino de Deus e a luta pelos interesses divinos ajudam a superar as diferenças e divergências. Os discípulos aprenderam que o amor deve estar acima de todas as coisas. Depois da ascensão de Jesus, o livro de Atos mostra que eles andavam unânimes, pregando o evangelho. Mesmo diante da perseguição, eles não fracassaram.

O desejo ou a briga sobre quem seria o maior não existiu mais e, agora, todos serviam a todos. Eles oravam uns pelos outros, ajudavam uns aos outros, eram uniformes. A igreja cristã também pode fazer isso em nossos dias. Esse tipo de comportamento traria muitos benefícios para todo o corpo de Cristo sobre a face da terra, Fp 2: 1-8.

A pedagogia do exemplo pode ser vista como um conjunto de princípios e métodos de educação e instrução que tem como objetivo a vida prática, o dia-a-dia. O pedagogo ensina através de tudo que pode ou deve ser imitado. Jesus exorta: “Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes”, Jo 13: 17. O cristão precisa conhecer as Escrituras Sagradas. É importante saber e, depois, colocar em prática. Você está sendo desafiado a isso.

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