sexta-feira, 6 de maio de 2011

PREDICADOS

A SIGNIFICAÇÃO DOS PREDICADOS V A C


Uma maneira de detectar a dominante sensorial de uma pessoa é ouvi-la falar, estando-se particularmente atento às palavras de base sensorial. Quando nos descreve sua experiência, nosso interlocutor seleciona, em geral num nível inconsciente, as palavras que a representam melhor. A linguagem reflete o pensamento. As palavras escolhidas por aqueles que nos falam são o reflexo dos processos internos que utilizam para construir sua experiência presente.

Escutando os predicados (os verbos, os adjetivos e os advérbios), podemos saber que sistema de representação uma pessoa utiliza num dado momento. "Acho que vamos nos defrontar com um problema difícil de carregar nos ombros. É hora de manter os pés bem firmes no chão e ficarmos juntos."

"Preciso discutir esse negócio com você. Embora haja risco, o que ele promete me soa bem. Gostaria que você me desse a sua opinião." "Se você examinar com atenção a nossa proposta, verá que tentamos conciliar o seu ponto de vista e o nosso. Não consigo perceber o que o preocupa nesta proposta."

Os predicados são palavras que repousam sobre uma base sensorial. Aquele que lhe diz estar vendo claramente o cerne da questão indica que naquele momento está construindo sua experiência interna de maneira visual. O que alega não ter contato com você indica que ele está avaliando a experiência que possui do relacionamento com você de modo cinestésico.

Por mais surpreendente que pareça, nossos interlocutores nos dizem a cada instante o que estão fazendo interiormente. Além disso, fazem-no também de forma não verbal, através dos gestos e movimentos oculares. (próximo artigo).
Abaixo algus exemplos de palavras de base sensorial.

VISUAL (v) AUDITIVO (a) CINESTÉSICO (k ou c) INESPECÍFICOS

Ver, olhar

mostrar, perspectiva

imagem

claro, esclarecer

luminoso, sombrio

brilhante, colorido

visualizar, iluminar

vago, impreciso, nítido

brumoso, uma cena

horizonte, clarão

fotográfico Ouvir, falar

dizer, escutar

perguntar, dialogar

acordo, desacordo

soar, ruído

ritmo, melodioso

musical

harmonioso

tonalidade, discortante

sinfonia, cacofonia

gritar, urrar Sentir, tocar

em contato com

conectado, relaxado

concreto, pressão

sensível, insensível

sensitivo, delicado

sólido, firme, imobilizado

mole, ferido, ligado

caloroso, frio

tensão, duro, excitado

carregado, descarregado Percebe

experimenta

entende

pensa

aprende

processa

decide

motiva

considera

muda

tem em mente

Certos predicados não são precisos do ponto de vista sensorial, e é esta a razão por que uma frase não lhe dará indicação nesse domínio. Caso de palavras como: compreender, pensar, recordar-se, saber, crer etc. Nesse caso, perguntas simples, do tipo "Como você sabe isso?" ou "Como você faz para aprender isso/recordar-se etc.?", permitem obter a informação. Seu interlocutor o informará do processo interno que utiliza. É provável que você receba respostas como: "Bem, vejo que... ou "Digo a mim mesmo que...", ou ainda "Sinto que..."

Às vezes, ao contrário, você descobrirá vários sistemas utilizados na mesma frase.



- "Vejo bem o que você está dizendo."



- "O que você experimentou está me falando."


Mesmo nesse caso, o sistema dominante fica facilmente referenciável. A primeira pessoa é provavelmente visual. Sua estratégia consiste em traduzir o que você diz (A) em imagem (V). Seja Ae ---> Vi. É assim que suas palavras podem tomar um sentido para ela.

A segunda é de dominante auditiva. Ela traduz o vivido cinestésico do parceiro em termos auditivos. É utilizando tal registro que ela dá sentido às suas palavras.

Para ilustrar uma combinação diferente, em circunstâncias semelhantes, um cinestésico teria podido dizer: "Sinto muito bem o que você está me dizendo." É a freqüência de emprego desses termos que permite determinar a dominante sensorial.

Ao escutar cada uma dessas frases, temos condições de saber como o indivíduo constrói instante a instante sua experiência da realidade. Numa situação de tomada de decisão, por exemplo, para o visual, ver é crer; já o auditivo precisa de algo que lhe fale; o cinestésico terá necessidade de senti-lo.

Estas informações têm repercussões importantes em matéria de comunicação e podem mostrar-se decisivas no campo profissional.

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