Coisas que só o perdão consegue.
Sempre escutei que o perdão liberta, que faz bem para quem dá e para quem recebe. Mas acho que o poder dele é bem maior do que imaginamos. Ele é tão forte, mas tão forte, que direciona nossa vida no caminho que sempre sonhamos, pois quando não perdoamos, algo se perde em uma determinada situação que não conseguimos enxergar além.
Aprendi que quando temos algo que não resolvemos no momento e guardamos, essa dor vira dor física, correto? Dor nas costas, dor de cabeça, dor de estômago, azia, dor de garganta, frio da barriga e mais uma lista sem fim. Aprendi também que temos que buscar lá no fundo da nossa memória a causa dessa dor e quando chegarmos lá, saberemos o real motivo. E muitas vezes está ligado ao perdão. Algo não resolvido. Uma briga, uma palavra não dita.
Depois de um tempo guardando o problema conosco, sentimos nosso corpo cheio, sempre completo. E novamente, nos acostumamos com a situação. Não existe espaço para a felicidade, alegria e os sorrisos são poucos. Criamos armaduras e nossos corpos ficam com a forma de um lutador, pronto para o ataque. Mas que ataque? Que briga?
E é ai que percebemos que não somos tão fortes quanto pensávamos. Somos tão vulneráveis como qualquer outra pessoa. Erramos como todos. A única diferença é que não temos a capacidade de perdoar. Confesso não ser uma atitude fácil. Fui orgulhosa ao extremo e nem um pouco humilde. Mas quando me libertei dessa sensação, ficou um vazio enorme no meu corpo. Não tinha mais dor, meu corpo ficou leve, minha pele mais suave e minhas expressões mais serenas.
Agora que tenho espaço de sobra no meu corpo e preciso preenchê-lo com alguma coisa. Amor, quem sabe. Amor incondicional. Mas para isso, preciso aprender a me amar, somente. E novamente tenho mais uma lição de casa extremamente difícil. Preciso gostar mais de mim, preciso aprender os meus limites, e acima de tudo, preciso aprender a ser eu.
Livrando-se do peso do perdão, temos uma imensidão de vida pela frente. Agora a grande lição é aprender a viver. É como voltar a ser criança, com lições de casa, perguntas ansiosas por respostas e uma fome absurda da vida.
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