quarta-feira, 27 de abril de 2011

SALMO 13

Deus determinou um tempo específico para manifestar a sua salvação a Israel (salvação nacional), contudo, a salvação de Deus pode ser alcançada individualmente. Basta que o homem confie na graça de Deus. Esta era a alegria do salmista "No tocante a mim, confio na tua graça..." ( Sl 13:5 )


1 ATÉ quando te esquecerás de mim, SENHOR? Para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto?
2 Até quando consultarei com a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando se exaltará sobre mim o meu inimigo?
3 Atende-me, ouve-me, ó SENHOR meu Deus; ilumina os meus olhos para que eu não adormeça na morte;
4 Para que o meu inimigo não diga: Prevaleci contra ele; e os meus adversários não se alegrem, vindo eu a vacilar.
5 Mas eu confio na tua benignidade; na tua salvação se alegrará o meu coração.
6 Cantarei ao SENHOR, porquanto me tem feito muito bem.

Este salmo de Davi nos remete a um evento na história de Israel. Quando Moisés estava para morrer, Deus o instruiu a escrever um cântico que serviria de testemunho contra os filhos de Israel ( Dt 31:19 ). Deus anunciou a Moisés que os filhos de Israel haveriam de anular a aliança estabelecida, uma vez que seguiriam após outros deuses.

No versículo vinte de Deuteronômio trinta e dois está registrado o seguinte: "Esconderei deles o meu rosto, e verei qual será o seu fim; pois são uma geração perversa, filhos sem lealdade" ( Dt 32:20 ).
Muito tempo depois, no período do exílio, Daniel ora e faz referência várias vezes as determinações dadas por Deus a Moisés "Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei, desviando-se, para não obedecer a tua voz. Por isso a maldição, o juramento que está escrito na lei de Moisés, servo de Deus, se derramou sobre nós, porque pecamos contra ele" ( Dn 9:11 ).

O cântico do salmista não difere da oração de Daniel quando no exílio. Daniel, sendo justo, ora ao Senhor e roga em nome da nação confessando o pecado do povo de Israel ( Dn 9:4 ); na oração Daniel reconhece que a atual condição de escravidão do povo se deu por Deus estar cumprindo o que foi predito pelos profetas: Deus haveria de esconder o seu rosto!

Porém, o que levou Daniel a orar a Deus foi a pergunta: até quando? Daniel já havia lido nas escrituras e entendido que o número de anos que o profeta Jeremias havia predito era de setenta anos. Observe que Daniel era profeta e interprete de sonhos, porém, mesmo lendo as escrituras não conseguiu entender completamente a profecia registrada por Jeremias.

Desde que os habitantes de Jerusalém foram desterrados já haviam passado mais de setenta anos, e a oração de Daniel foi feita no sentido de compreender os motivos de Deus permanecer com o rosto escondido "Agora, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário desolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor" ( Dn 9:17 ). Daniel queria saber até quando Deus permaneceria com o rosto escondido dos filhos de Israel como nação!

Foi quando o anjo Gabriel trouxe a resposta ao profeta: "Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade..." ( Dn 9:24 ). O que era setenta anos para Daniel, o anjo o instruiu, demonstrando que Deus havia determinado sobre o povo de Israel setenta semanas de anos. Através da instrução do anjo enviado por Deus, Daniel soube até quando as desolações permaneceriam sobre o seu povo e a santa cidade de Jerusalém.

Neste sentido, muito antes de Daniel fazer a sua oração, o salmista compôs um cântico profético que seria cantado anos após anos em Israel. O cântico não se refere a uma condição pessoal do salmista, antes, profeticamente, ele apresenta um cântico que seria entoado individualmente pelo povo. Qualquer um do povo de Israel poderia entoar este cântico e expressar que reconheciam os seus erros, e que esperavam inteiramente na benignidade de Deus.

Enquanto a oração de Daniel apresenta uma coletividade em pecado, este salmo de Davi é uma oração de um dos membros da coletividade questionando quando seria o tempo em que Deus restauraria a glória de Israel.

"ATÉ quando te esquecerás de mim, SENHOR? Para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto?

Até quando consultarei com a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando se exaltará sobre mim o meu inimigo?"

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